quarta-feira, fevereiro 15, 2006

OPA...2

Depois do impacto da notícia da OPA hostil da SONAE à Portugal Telecom, pouca importância foi dada a uma MAJOR TAKEOVER que decorria nesta mesma semana. Longe das câmaras, a Sousa Machado e Filhos, com sede na Lixa, tenta adquirir uma empresa de menor dimensão, com sede em Alenquer, a Soraia Unipessoal.

Mas, quem são estas empresas?A Sousa Machado e Filhos, conhecida pelas casas “Pão com Chouriço” nas festas populares, tem uma participação de 24% na Disco Feira. Participação que se resume ao título de propriedade de uma Ford Transit de 1991, bem como 30% de uma banca em tabopan e dois suportes em ferro fundido. A Disco Feira vende, de forma itinerante, os mais desconhecidos êxitos da música ligeira portuguesa, tendo facturado entre Junho e Dezembro de 2005 mais de 1700 €, uma subida em mais de 1,5% relativamente ao período homólogo de 2004. O império do “Pão com Chouriço” nasceu em 1983, no “Senhor de Matosinhos”, com apenas um forno a lenha e uma simples estrutura em madeira. Mais de duas décadas depois são já dois fornos completos a lenha, mais de 6 mesas de polipropileno, 36 cadeiras de plástico Domplex, uma Toyota Hilux de caixa aberta de 1993 e uma Iveco Daily de 1988. Com uma facturação de 7400€ no último semestre de 2005, mais 1,1% do que em igual período de 1995, a Sousa Machado e Filhos tenta agora um movimento de merge arriscado.

A Soraia Unipessoal, detentora de uma rede de três carrinhos de algodão-doce e o monopólio das barracas de tiro nas feiras, vê-se agora nas garras de um gigante. O negócio do algodão tem demonstrado consistência, muito por culpa da parceria com as Serrações Fonseca e Abel, de Moimenta da Beira, fornecedora dos pequenos paus a que se cola o açúcar. O negócio do tiro, iniciado em 1977, foi um dos grandes impulsionadores do boom na facturação desta empresa. A inovação e a permanente avaliação das oportunidades de mercado ditaram o sucesso. Para quem não sabe, a ideia das espingardas de canos rombos e miras tortas são o cartão-de-visita. Quem nunca tentou acertar na fita que prende uma garrafa de espumante “La Tosta” à bancada de madeira e nunca acertou? Outra das inovações ao nível de marketing foi a inclusão, na bancada de tiro, das caixas para fazer furos com um dispositivo perfurador preso por um cordel. A ideia era simples: “Se não consigo acertar numa fita a meio metro... neste não vou falhar!... É só espetar no buraco que quero e ganhar um chocolate em forma de guarda-chuva. Eu tenho uma grande pontaria.”

Vamos aguardar pelo desenvolvimento desta OPA, que decerto irá monopolizar os meios de comunicação social. Os analistas esperam que o valor em causa nesta operação ascenda a 12 000 €. Fala-se até na possibilidade, caso não haja liquidez por parte dos bancos, do negócio ser fechado com uma Fiat Marea 1.4 de 2003, duas rasas de milho e 36 kg de chouriço de Mortágua.

2 comentários:

Anónimo disse...

ah?

corbocomb disse...

fosga-se isto é cá um testamento, consegui ler até ao meio do 2 paragrafo, o que já não e´mau para quem anda tamem farto desta OPÁ.